Casamento de Germano Lauffer e Alma Ella Renck na década de 1920 em Igrejinha
Em foto tirada na década de 1920, está o casal Germano Lauffer e Alma Ella Renck, cujo casamento foi realizado em 25 de agosto de 1923, em Igrejinha. Abaixo, vamos descobrir um pouco não somente sobre o casal, mas também sobre suas origens e pequenos detalhes sobre seus familiares.
Germano Lauffer e Alma Ella Renck:
O casal morava na Rua dos Renck, 647, no “Canto dos Renck”, de propriedade da família de Alma Ella Renck. Segundo o Inventário do Patrimônio Histórico Arquitetônico e Artístico de Igrejinha, “Geralmente, as propriedades do Canto dos Renck possuíam em torno de 50 hectares de terras. O entorno das residências evidencia o cotidiano das famílias cuja atividade principal era a agropecuária – galinheiro, pocilga, estábulo, árvores frutíferas, horta”.
A residência onde Germano Lauffer e Alma Ella Renck moravam, cuja construção remonta ao ano de 1929, “foi construída com tijolo assentado em barro e as madeiras foram retiradas da própria região e serradas na Serraria de Edmundo Kichler. No sótão eram guardados objetos antigos, revistas, livros e também poderia servir de dormitório. No porão eram guardados os alimentos e o vinho produzido pela família Laufer. Até 1950, a energia era fornecida pelo Moinho Kichler”. Como de costume, quando as pessoas morriam, eram veladas em suas próprias residências ou de familiares. Com o casal não foi diferente: “Nesta residência foram veladas várias pessoas: os pais de Alma Della Renck (1959) e Gustavo Renck (1969); Alma Ella Laufer (1983) e Germano Laufer (1985)”.
Sobre Germano Lauffer:
Germano Lauffer nasceu em 3 de abril de 1899, no atual bairro Quilombo, em Três Coroas, quando seu pai, Jacob Lauffer, tinha 39 anos e sua mãe, Carolina Franck, tinha 36 anos. Ele casou-se com Alma Ella Renck e tiveram pelo menos 2 filhos e 1 filha. Germano faleceu em 1º de fevereiro de 1985, aos 85 anos de idade. Germano teria nascido como Hermann, mas com o aportuguesamento, foi adotado o nome como ficou conhecido.
Sobre Alma Ella Renck:
Quando Alma Ella Renck nasceu, em 22 de outubro de 1902, em Igrejinha, seu pai, Gustav Adolph Renck, tinha 31 anos e sua mãe, Delphina Eckardt, tinha 30 anos. Alma faleceu em 12 de agosto de 1983, aos 80 anos de idade. Hoje pouco utilizado, o segundo nome, Ella, na época era escolhido seguidamente, assim como Hulda, Theolinda, Teckla, Katharine, Karoline, Alzira, Hedwig, Wilhelmine, etc.
Família de comerciantes, Almanak Laemmert e o trem:
Em relatório publicado no Almanak Laemmert: Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ) – 1891 a 1940, de 1935, destacam-se dois membros da família Lauffer: Frederico e Fredelino Lauffer, irmãos de Germano. No mesmo relatório há outro Lauffer,comerciante do ramo de carpintaria e marcenaria, identificado apenas com a inicial E. Laufer, de Sander (Três Coroas), não sendo possível revelar sua identidade.
A título de curiosidade e informação, o Almanaque Laemmert foi uma importante publicação anual brasileira, lançada pela primeira vez em 1844 pela editora Laemmert, no Rio de Janeiro. Criado pelos irmãos Edward e Heinrich Laemmert, o almanaque tornou-se uma referência essencial para a vida cotidiana e econômica do Brasil durante o século XIX e início do século XX. Em uma época sem internet, no almanaque era possível buscar listas de endereços de instituições públicas, profissionais liberais, comerciantes e indústrias. Nesta edição da publicação há diversos comerciantes da região listados nas mais variadas áreas.
Boa parte da produção destes comerciantes e produtores da região era escoada através das vias fluviais e posteriormente pela linha férrea, que em 1903 chegou até Taquara e em 1922 até Gramado e Canela. Até 1964 o tem foi uma das principais vias de distribuição de produtos dos mais variados gêneros, porém, com a construção de rodovias e a utilização de caminhões, a mudança vinha a passos largos, resultando no encerramento do trecho entre Novo Hamburgo/Canela, restando hoje apenas boas memórias daquela época em que o trem passava apitando pela região, soltando fumaça e faíscas pelo ar.
Fredelino Lauffer:
Fredelino Lauffer aparece na lista dos donos de moinhos de trigo ou milho, tendo estabelecimento em Santa Maria do Mundo Novo (Taquara). Na mesma lista estão nomes como Eduardo Volkart, de Santa Cristina do Pinhal, Francisco Wolff, do Quilombo, João Kichler, de Igrejinha, Oscar Puls, de Solitária e Germano Pilotti, de Fazenda Fialho. Fredelino nasceu em 19 de janeiro de 1896 e faleceu em 27 de junho de 1987, tendo se casado com Hulda Schaefer (1900–1937) em setembro de 1920. Interessante destacar a vida breve de Hulda, falecida tão jovem. O casal teve cerca de dois filhos.
Frederico Lauffer:
Frederico Lauffer figura na lista de fabricante de óleos na localidade de Moreira, em Três Coroas, ao lado de comerciantes como Adolfo Jacob Volkart, do Mundo Novo, H.B. Rise de Picada Café e Ritter e Volkart, do Mundo Novo. Sobre Frederico, sabe-se que nasceu em 24 de fevereiro de 1887 e faleceu em 1º de abril de 1966. Havia sido batizado como Friedrich Lauffer e a exemplo de seu irmão Germano, teve o nome aportuguesado. Constituiu família com Carolina Lorenz (1889), com quem se casou em 16 de agosto de 1913, em Três Coroas, vindo a ter cerca de duas filhas.
Ligações familiares:
Alma Ella Renck era prima sétima do trisavô da minha esposa, João Streit Filho (29 de setembro de 1873 – 8 de outubro de 1930), casado com Adelina Henrietta Renner (15 de maio de 1878 – sem data de falecimento). A ligação entre as famílias vem de séculos atrás, através dos avôs da 11ª geração da minha esposa, Johann Andreas Griebel (15 de abril de 1650 – 9 de fevereiro de 1727) e Anna Sophia Hanau (19 de fevereiro de 1654 – 29 de abril de 1722), cujo casamento foi realizado em 25 de fevereiro de 1671 em Oberdiebach, um município germânico localizado no distrito de Mainz-Bingen, estado da Renânia-Palatinado. Dos nomes citados na matéria, Hulda Schaefer, Carolina Lorenz, João Kichler e Oscar Puls possuem algum tipo de parentesco comigo ou com minha esposa, revelando assim uma verdadeira gama de informações genealógicas a serem exploradas e infelizmente nunca finalizadas.
Revista Diário da Ferrovia:
A Revista Diário da Ferrovia é patrocinada pela Lei Paulo Gustavo e traz matérias sobre pessoas, lugares e acontecimentos e a história das localidades onde a VFRGS (Viação Férrea do Rio Grande do Sul) passava entre 1903 e 1964, de Hamburgo Velho até Canela. A primeira edição da revista está disponível para download ou visualização na tela através dos links abaixo:
Para fazer download, acesse:
https://bit.ly/DiárioDOWNLOAD
Para visualizar na tela, acesse:
https://bit.ly/DiárioSITE
Fontes:
ENGELMANN. Erni Guilherme. A saga dos alemães: do Hunsrück para Santa Maria do Mundo Novo. Igrejinha/RS: E.G. Engelmann, 2004. Vols 1, 2 e 3.
REINHEIMER, Dalva N; SMANIOTTO, Elaine. Inventário do Patrimônio Histórico Arquitetônico e Artístico de Igrejinha. Prefeitura Municipal de Igrejinha e FACCAT, 2009.
Almanak Laemmert: Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ) – 1891 a 1940
Family Search:
https://www.familysearch.org/tree/person/details/LCMZ-ZXT
Créditos da foto:
Acervo do Laboratório de Ensino de História e Acervo de História Regional da FACCAT
Projeto criado por Maicon Leite, presidente da AMUPA (Associação dos Amigos do Museu Histórico de Parobé). Todos os direitos reservados.
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